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Campeonato Brasileiro AUFM 2023 - Série A

Terminou nesta Quinta a edição 2023 do mais antigo torneio oficial de futebol de botão do Litoral Norte paulista (jogado desde 1994), o Campeonato Brasileiro AUFM (dadinho/vidrilhas).

O grande campeão foi o Cruzeiro de Alexandre Augusto, que teve um ótimo aproveitamento nas rodadas finais e conseguiu ultrapassar Flamengo, Grêmio, Corinthians e Bahia, terminando em primeiro. Com a conquista, a Raposa tem agora 3 taças do Brasileirão AUFM, isolando-se como tercerio maior vencedor, atrás do rival Atlético Mineiro com 4 e do São Paulo com 7. Ao todo, 14 clubes já venceram a competição.


Esta foi a 28ª edição do Brasileirão AUFM. São 3 divisões e 56 times nas disputas por título e acesso. A 1ª divisão já foi jogada em diversos formatos, alguns com grupos e mata-mata, mas desde 2012 é jogada em pontos corridos e com 16 clubes, premiando os 4 melhores com vagas nas competições sul-americanas e punindo os 4 últimos com o rebaixamento.

1ª Rodada:


Na abertura do certame, Fluminense de Sílvio Fonseca, Flamengo de Fabrício Machado e Vasco de Léo Castro se meteram entre os favoritos Bahia de Alexandre Augusto, Corinthians de Léo Castro, Grêmio de Ralph Solera e Botafogo de Fabrício Machado e largaram na frente.

Na parte de baixo da tabela, destaque para o mal início do Atlético Mineiro de Sílvio Fonseca e o Figueirense de Ralph Solera, que se misturam ao Fortaleza de Beto Monteiro, Chapecoense de José Marques e Santos de Nick S Pastro no bolo dos que começam aquém do esperado.

2ª Rodada:


Na segunda rodada o destaque foi a goleada do Flamengo sobre o Figueirense, que deu a liderança ao rubro-negro junto com o Bahia, o Grêmio e o Corinthians (os 4 times venceram suas duas primeiras partidas). Com a derrota, o Figueira caiu para a lanterna sofrendo incríveis 10 gols nesses dois jogos!

Na parte de baixo da tabela, destaque para os times de Beto Monteiro, o Fortaleza e o Goiás, que mesmo fazendo jogos equilibrados, acabaram perdendo por 1 gol de diferença suas partidas e também entraram no Z4. Outro time que compõe a zona de rebaixamento é o São Paulo de José Marques.

3ª Rodada:


Com 3 jogos de cada time, o Flamengo segue na liderança isolada, único com 100% de aproveitamento. O Grêmio assume a vice-liderança após empatar com o Galo (um jogo em que vencia por 2x0 até os últimos minutos).

O grande destaque da rodada é o Avaí de Nick Schirmanoff Pastro, que venceu o favorito Bahia e assume a quinta posição (mas a terceira em pontuação, no bloco dos que ganharam 6 pontos). E o outro time de Nick, o Santos, aparece logo abaixo, com apenas 1 ponto a menos, ao lado do Cruzeiro de Alexandre Augusto e o Vasco da Gama.

Na parte de baixo da tabela, o São Paulo venceu um confronto direto na luta pela permanência na elite, ao fazer 2x0 no Fortaleza, e saiu do Z4. Quem entrou na zona foi o Atlético Mineiro, mas a Chapecoense de José Marques, primeira fora dos 4 últimos lugares, tem só 1 ponto a mais que o Galo.

4ª Rodada:


Flamengo segue na ponta, perseguido por Bahia e Botafogo a apenas 1 ponto e por Cruzeiro e Grêmio a apenas 2 pontos. mas perde os 100% de aproveitamento. Os confrontos diretos nas próximas rodadas definirão tudo!

Na já dramática briga pra se manter na elite, o Fortaleza segue sem pontos na lanterna, mas do 15º (Goiás) ao 10º (Fluminense), todos correm riscos reais de queda, e perder pontos em confrontos diretos é sempre ruim, como ocorreu no 0x0 entre Goiás e Figueirense.

5ª Rodada:


O ponto de virada do campeonato! O então líder Flamengo vai a Minas e toma aquela que seria a maior goleada de todo o campeonato, perdendo por 0x5 para o Cruzeiro, que pula para a segunda posição. Com a queda do Mengão, o Bahia, que venceu o outro time fabricino, o Botafogo (último campeão) assume a ponta. O Grêmio também goleia e empata com a Raposa em segundo.

Detalhe: o técnico do Cruzeiro, na preleção, usou um vídeo vazado do presidente do Flamengo entoando um grito de guerra com os jogadores do time que dizia: "Cruzeiro, pode esperar, a sua hora vai chegar!".

Seguem na briga pelo título ainda o Corinthians e o surpreendente Avaí, que bateu o São Paulo e mandou o tricolor pra rabeira do Z4. E o Vasco é a grande decepção do campeonato até aqui.

Na segunda metade da classificação, Chape e Goiás empatam, em um péssimo resultado para ambos. Na mesma toada, Santos e Figueira também ficam na igualdade.

6ª Rodada (penúltima):


Em briga direta pela ponta, o Grêmio vence o Bahia em plena Fonte Nova e pula para o topo da tabela, dividindo a liderança com o Cruzeiro que goleia o Vasco (a Raposa tem melhor saldo de gols, então aparece em primeiro). O Corinthians goleia o Fortaleza e se junta ao Flamengo, que vence na raça e de virada o Santos, e ambos aparecem na segunda posição, mas não dependem apenas de sí mesmos para faturarem a taça.

O empate entre Botafogo e Avaí tira os dois da briga pelo título, e o objetivo passa a ser vaga nas competições da Conmebol, o qual disputarão com Bahia, Fluminense e Santos.

A derrota do Fortaleza para o Timão sacramenta a queda dos cearenses. Goiás e Atlético Mineiro, que também perdem na rodada, também vão se encontrar na segundona no ano que vem.

A última vaga no Z4 será decidida na última rodada entre o São Paulo (que ao vencer o Galor, o rebaixou e continua sonhando com a permanência na elite), o Figueirense (que obteve sua primeira vitória no campeonato, no confronto direto contra a Chapecoense), e o próprio time de Chapecó, que nunca caiu na AUFM. O Vasco ainda corre riscos, mas é quem está melhor nessa briga.

Detalhe: na partida Figueira x Chapecoense, a torcida verde entoou cânticos com ameaças aos jogadores (o tradicional "Uh, vai morrer!) pela iminente queda do time, já que o jogo entre as duas equipes era praticamente uma final.

7ª Rodada (última):


Preliminares:

Antes da rodada final, muita polêmica: na madrugada, integrantes das diretorias e comissão técnica de São Paulo e Chapecoense foram flagrados em casas noturnas e teve muita confusão com as torcidas organizadas dos dois clubes, com direito a muros pixados em ambos os CTs.

Na manhã das partidas finais, o presidente do Cruzeiro declarou que considerava a tabela do campeonato "dirigida" em favor de Flamengo e Grêmio, mas uma reportagem da Rede Blogo apurou que ele havia presidido a comissão que elaborou a tabela. A AUFM não se pronunciou sobre o imbróglio.

Além disso, o polêmico presidente do Flamengo declarou na coletiva pré-jogo que o Mengão estava indo "Rumo ao título!", o que enfureceu cruzeirenses e gremistas. Por fim, vazou um áudio do presidente do Botafogo, que dizia que "Jamais perderia para o São Paulo, e brigaria por vaga nos torneios continentais", o que mexeu com os brios lá pros lados do Morumbi.

As partidas:

Cruzeiro, Grêmio, Flamengo e Corinthians podiam sair com a taça ao final da rodada, com os dois primeiros dependendo apenas deles mesmos.

O Corinthians de Léo Castro empatou com o Bahia de Alexandre Augusto e o resultado deixou ambos fora do pódio, mas os paulistas garantiram a última vaga no G4 e a participação em um torneio da Conmebol em 2024.

O Flamengo de Fabrício Machado virou o jogo em cima do Goiás de Beto Monteiro, o que lhe deixava dependendo dos resultados dos dois líderes, mas o Mengão já garantia ali o pódio. No final, terminou com o vice.

O Cruzeiro de Alexandre Augusto vencia o Figueirense de Ralph Solera, resultado que dava o título pra Raposa (salvo se na sua partida o Grêmio goleasse por 4 ou mais gols) e definia o Figueira como o último rebaixado do certame. E como o Grêmio de Ralph Solera ficou no empate com o Avaí de Nick Pastro, o título celeste se confirmou.

Na briga pra se garantir na Série A, o Vasco de Léo Castro goleou o Santos de Nick S Pastro e afastou qualquer chance de queda, o mesmo ocorrendo com a Chapecoense de José Marques, que bateu o Fluminense de Sílvio Fonseca e continua jamais sendo rebaixada na AUFM, ficando uma posição à frente do Z4 por ter melhor saldo de gols que o concorrente.

Os rebaixados Atlético Mineiro de Sílvio Fonseca e Fortaleza de Beto Monteiro se enfrentaram e o Galo venceu em uma partida de bom nível, o que mostra que os dois times tinham potencial para entregar mais do que entregaram no campeonato.

A decisão pra ver quem ficaria com a última passagem para a Série B ficou entre o São Paulo de José Marques e o Figueirense de Ralph Solera. O time catarinense caiu ao perder pro líder e campeão Cruzeiro e ainda ver o Tricolor arrancar uma vitória do Botafogo de Fabrício Machado em pleno Niltão e carimbar sua permanência na elite.

Encerramento:

Na cerimônia de premiação, flamenguistas ainda não identificados, que estavam indignados com o título cruzeirense (e a goleada sofrida na antepenúltima rodada, que na prática definiu o campeonato) vandalizaram o Salão Nobre da AUFM, destruindo o Suspiro Real, tradicional iguaria sorocabana ofertada apenas aos integrantes da mesa do clube campeão da temporada, no jantar de gala, e é tão rara que normalmente se dá mais importância a ela do que ao troféu do campeonato.

A confusão foi tanta que a delegação celeste protocolou protesto formal na associação, exigindo apuração e punições exemplares aos responsáveis. O caso está sendo chamado pela imprensa mineira de "Suspirogate", pois teria até ofuscado as comemorações cruzeirenses. Nos principais jornais e sites estrangeiros, as fotos que estampam a matéria sobre o Brasileirão AUFM são as dos doces monárquicos destruídos e não do Cruzeiro com a Taça da Bolona (o equivalente da AUFM à famigerada Taça das Bolinhas), que é de posse transitória e ficará por um ano na Toca da Raposa.




Botões:

Brigando rodada a rodada, Poletinha do Grêmio e Zé Carlinhos do Bahia disputaram a artilharia do campeonato, que terminou com o gremista por 1 gol a mais (8 a 7). Tapetão, do Flu, ficou em terceiro com 7.


Botonistas:

Entre os jogadores, Alexandre Augusto, além do título com seu clube, ainda ficou com a primeira colocação final, com 30 pontos. Fabrício conseguiu a segunda posição com 26 e Léo Castro fechou o pódio com 23. Ralph Solera com 21, Nick Schirmanoff Pastro com 19 e Sílvio Fonseca com 16 ficaram nas posições seguintes.

José Marques com 15 e Beto Monteiro com 2 foram rebaixados.

Gráfico com as colocações rodada a rodada:



Considerações finais:

O Cruzeiro não era campeão brasileiro na associação desde 1996, quando no então 7º Brasileirão AUFM, o time mineiro comandado por Sílvio Fonseca bateu o Flamengo de Luciano Caliani nas finais (2x0 em casa e 1x2 fora, na volta), sagrando-se campeão pela segunda vez em 3 edições (na outra, foi vice) e marcando uma época como o Carrossel Mineiro, um dos grandes times da AUFM em todos os tempos.

Em 2012, na primeira edição dos pontos corridos do Brasileirão AUFM, Alexandre comandou o Cruzeiro e a Raposa acabou rebaixada. Na ocasião, as equipes augustinas tiveram problemas extra-campo e a sua participação foi prejudicada. Agora, mais do que reparada está a relação entre o Cruzeiro e o presidente.

Mantendo-se na primeira divisão, a Chapecoense continua sendo, ao lado do Vasco e do Santos, as únicas equipes jamais rebaixadas na AUFM. Vasco e Santos já até jogaram divisões inferiores, mas por mudanças de regulamento nas épocas "amadoras" do Brasileirão, sendo que jamais ficaram nas zonas de rebaixamento de alguma edição. A Chapecoense, por sua vez, desde que subiu em 2016, jamais caiu.

As equipes mais rebaixadas da Série A da AUFM são Palmeiras e Bahia, com 5 quedas cada. Nos pontos corridos, o Palmeiras lidera isoladamente com 3 rebaixamentos.

Com relação ao G4, essa foi "apenas" a 6ª vez do Cruzeiro entre os melhores do certame, mesmo sendo o terceiro maior campeão. Os clubes com mais G4 são: São Paulo (12), Atlético Mineiro (11), Santos (10) e Flamengo (9). Na era dos pontos corridos a galeria de honra fica assim: Santos (5), Internacional (4), Atlético Mineiro, Fluminense, São Paulo e Flamengo (3).

Neste campeonato, a grande decepção foi o Vasco da Gama de Léo Castro, um dos favoritos ao título mas que acabou só garantindo a permanência na elite na última rodada. Pode-se dizer que o Botafogo de Fabrício Machado também decepcionou, pois era o campeão vigente e não chegou a brigar pelo título, de fato, em momento algum. E tem ainda o Figueirense de Ralph Solera que não era favorito mas tinha estrutura e equipe para brigar pelo G4 mas teve uma campanha desastrosa.

Por outro lado a grande revelação do campeonato foi sem dúvida o Avaí de Nick Schirmanoff Pastro, que brigou pelo G4 o campeonato todo. Lembrando que o Avaí ainda empatou com o então líder Grêmio na última rodada, impedindo que o Imortal destronasse o Cruzeiro na briga pelo título. O Avaí ainda ficou na frente de equipes como o Vasco e o Botafogo (até então último campeão), e porque não, também na frente do Fluminense, que nas primeiras rodadas brigou pela liderança. E essa foi apenas a primeira vez de Nick e do Avaí na Série A.

Podemos citar ainda o São Paulo de José Marques, que parecia fadado ao rebaixamento, ainda mais depois dos problemas com a torcida e o flagra na casa noturna na véspera da última rodada, mas o time se superou em campo de uma maneira impressionante e venceu seus dois últimos jogos, sendo o da última rodada contra o Botafogo, fora de casa.

Por fim, os times de Beto Monteiro, o Fortaleza e o Goiás, não conseguiram boas campanhas e ambos acabaram caindo, o que foi decepcionante porque equipes monteirenses vinham fazendo boas campanhas em outros torneios. Apesar de tudo, nas duas últimas rodadas o Goiás jogou bem melhor, perdendo dois jogos de virada (o último para o Flamengo) e o Fortaleza marcou mais gols nas duas últimas rodadas do que em todas as anteriores, o que mostrou uma evolução na reta final.

Ainda cabe mencionar que o Fluminense de Sílvio Fonseca foi o time mais indisciplinado do campeonato, com 10 cartões tomados, mas o Grêmio de Ralph Solera foi quem teve mais botões expulsos de campo: 2.



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